18 dezembro 2006

Ils by David Moreau and Xavier Palud (2006)


Mais um filme assustador a marcar presença aqui no meu "muvizzz"!!! Este descobri-o sozinho, vi-o sozinho, usufruí dele sozinho mas agora faço questão de partilhá-lo com as centenas e centenas (isto sou eu a delirar) de cibernautas que marcam presença diariamente neste blog.


Não deve ser fácil encontrar este filme nas prateleiras de algum video-clube e muito menos será possível, digo eu, encontrá-lo em qualquer sala de cinema no nosso país. É um filme de baixo orçamento, sem quaisquer efeitos especiais, escrito e realizado pela dupla de realizadores franceses David Moreau e Xavier Palud, dupla que se prepara para lançar, muito brevemente, um remake do filme de Hong Kong, The Eye, outra grande obra do cinema de terror actual que nos chega do Oriente pelas mão dos irmãos Pang(brevemente no... sítio do costume).


Fiz alguma pesquisa e não consegui encontrar nenhuma notícia que fundamente o que se diz sobre este filme: ser baseado em factos verídicos!!! Pelo menos é o que se diz. Mas avancemos. Ils foi realmente uma agradável surpresa. Filme Francês, rodado na Roménia, de clima bastante intenso e como costumo dizer, sempre a 200 à hora!!! Passados os primeiros minutos introdutórios do filme (também não podiam ser muitos visto que o filme apenas tem 77min.) entramos numa correria (literalmente) de acontecimentos, cheios de adrenalina e de uma muito boa representação dos actores. Penso que o sucesso de muitos filmes de terror passa pela qualidade dos actores. Normalmente os argumentos não são muito ricos e a própria história deixa, por vezes, algo a desejar. Mas não é o caso de Ils.


Clementine e Lucas são um casal que emigrou para a Roménia. Ela é professora e dá aulas de Francês, ele é um escritor em fase de elaboração dum próximo trabalho (se a memória não me falha). Vivem numa casa enorme, disponibilizada pelo Estado Romeno. A casa é bastante afastada da cidade e rodeada por um bosque. Depois da tal fase introdutória de que falei atrás, fase em que ficamos a conhecer melhor os dois personagens e a razão de estarem ali, passamos então à acção do filme. Alguém, ou alguma coisa, tenta entrar na casa de Clementine e Lucas e desde esse momento até ao fim do filme não mais o casal terá sossego, nem o casal nem os espectadores.


Gostei bastante do desenvolvimento do filme mas achei o final simplesmente aterrador... ficamos com uma sensação de... end of the post!!!
Aqui fica o link para o site oficial, recheado de fotos e info sobre o filme... vejam o Trailer, se o post não vos convencer de certeza que o Trailer convencerá... a mim convenceu-me!!!





Descubram-no... ou peçam-mo emprestado se quiserem... 7.8/10

17 dezembro 2006

The Descent by Neil Marshall (2005)




Abro este post para vos trazer "The Descent", um filme fácil, daqueles sem grande complexidade de argumento... é um daqueles filmes que podemos começar a ver do meio que as sensações finais serão as mesmas... como costumo dizer: aquece-se o óleo numa frigideira, abre-se um ovo e deixa-se fritar!!!




Vi este filme depois de ter lido um texto do mestre V.M. num site temático. Confesso que sou adepto do medo cinematográfico... adoro filmes que nos metem medo, adoro aquela sensação de adrenalina, aquela sensação de sentirmos medo de algo que sabemos não ser real... por mais real que a história possa parecer!!! Para mim "The Descent" é um "Alien" dos tempos modernos. Claro que é praticamente impossível igualar a obra 1979 de Ridley Scott, no entanto qualquer fita que se aproxime já é, logo à partida uma fita de grande qualidade.


Neil Marshall, o realizador e autor deste filme era-me completamente desconhecido, no entanto tem outros dois trabalhos prontos a serem descobertos: Combat (1999), uma curta com boas referências e Dog Soldiers (2002), longa-metragem de terror e acção que conta a história de um treino militar que não corre como o previsto.

Em "The Descent" seguimos um grupo de amigas aventureiras que partem à descoberta duma gruta... no entanto tudo começa mal quando uma derrocada lhes tapa o local por onde entraram!!! Até aqui tudo como se esperava, história fácil e previsível... mas... vale a pena ver e sentir algo parecido com o que aquelas amigas sentiram... puro terror claustrofóbico. Se a permissa de Alien era: "... no espaço ninguém te consegue ouvir gritar..." em The Descent podemos usar a mesma frase com as devidas alterações!!! Neil Marshall consegue contar-nos uma história de amizade e traição enquanto criaturas sedentas de carne humana perseguem os personagens.

Para quem gosta do género é certamente um filme para guardar e partilhar... foi o que eu fiz!!! No dia a seguir a comprar o DVD já o tinha emprestado... e ainda não voltou a casa.

Vejam esta pequena amostra do que vos espera...






Gore no seu melhor: 8.0/10

16 dezembro 2006

Crash by Paul Haggis (2005)



Respiro fundo... bem fundo... mais uma vez...fuuhhhhhh!!! E cá vou eu... tentar dar a minha opinião sobre um filme que encheu as medidas a todos os que já o viram. Toda a gente que eu conheço que já viu Crash adorou... Costumo dizer que Crash foi o último grande filme que vi em Cinema!!!




Fui vê-lo no início de 2005, um pouco antes da cerimónia de entrega dos prémios do Cinema Americano. Costumo dizer que às vezes vamos ver um filme Europeu e vamos cheios de espectativas que depois saem defraudadas, outras vezes vamos ver um filme Americano e vamos sem quaisquer espectativas... quando saímos da sala (alguns minutos depois do filme acabar) estamos em extase!!! Completamente atordoados, como se tivéssemos saído de uma das maiores Montanhas-Russas do mundo. Foi esta a sensação com que fiquei quando saí da Sala de Cinema nesse dia.




Paul Haggis, o mesmo que já tinha escrito o Argumento de Million Dollar Baby e que mais recentemente escreveu também o Argumento de Flags of Our Fathers (o novo de Eastwood), estreia-se na Realização com um filme deslumbrante que tem tanto de inesquecível como de imperdível. Em Los Angeles, cidade multifacetada racialmente, acompanhamos a vida, durante dois dias, de múltiplos personagens que lidam com o Racismo como sendo um dado adquirido, como se o tom de pele de alguém pudesse revelar o que está no coração dessas pessoas... nem sempre o que parece é!!!




Este filme não é, com toda a certeza um filme de representação, ou seja, é difícil destinguir quem é o personagem central de toda a história, houve até quem tenha dito que a Academia Americana deveria criar uma nova categoria para entrega das estatuetas, a categoria de Best Group of Actors!!! No entanto, dois actores ficaram-me retidos na memória: Michael Peña e Terrence Howard. Vejam, revejam, partilhem, divulguem, vejam e revejam!!! CRASH... INESQUECÍVEL. 9.5/10
Trivia: * Um dos factores que inspiraram Paul Haggis a escrever Crash foi o assalto de que ele mesmo foi vítima.
* Devido ao baixo orçamento disponível, Paul Haggis teve de usar a sua própria casa (onde reside o casal Bullock & Fraser) e até o seu carro para filmar algumas cenas. Outro bom exemplo foi o de Sandra Bullock que comprou o seu próprio bilhete de avião para chegar ao local de filmagens.
* A distribuidora Lions Gate comprou os direitos de distribuição do filme durante o Festival de Cinema de Toronto. Crash foi o primeiro filme que ganhou o Oscar nessas circustâncias.
* Primeiro filme desde Rocky (1976) a ganhar o Oscar com apenas três estatuetas. Normalmente o melhor filme recebe sempre mais do que 4!


14 dezembro 2006

Hable con Ella by Pedro Almodóvar (2002)



I'm back (estou de volta, para os menos versáteis)!!! E que regresso... vou apresentar-vos um dos meus realizadores de eleição, daqueles que realizam filmes que quando introduzimos o DVD na drive ou quando estamos na fila para comprar pipocas, sentimos aquela ansiedade... como quem está para ser PAI!!! (lololol, agora achei graça a mim próprio, o que é raríssimo...)

Falo-vos de Pedro Almodóvar, o Senhor que nos ofereceu "películas" como: "Hable con Ella"(2002), "Todo sobre mi Madre"(1999), "Carne Trémula"(1997), "Átame"(1990), "Tacones Lejanos"(1991), "La mala Educación"(2004)... etc... e que mais recentemente nos presenteou com: "Volver"(2006)!!!

Pedro Almodóvar é mesmo um grande Homem-Cinema, como alguns outros que vos irei apresentar brevemente. De todas as "películas" de Almodóvar a que mais tempo ficou(está) na minha memória é "Hable con Ella". É um daqueles filmes que nos prendem à tela do princípio ao fim, daqueles que nos dão aquela sensação estranha de não querer que o filme chege ao fim, aquela sensção de entretenimento levada ao seu expoente máximo. Há quem pense que entretenimento em cinema é ver comédias "hollywoodescas" daquelas de que os video-clubes estão cheios, sem o mínimo traço narrativo, daquelas que nos fazem rir (as que fazem) pontualmente mas sem nos enriquecer minimamente!!! Confesso: DETESTO FILMES ASSIM... para mim isso é brincar ao CINEMA, é aproveitar a falta de recursos que algumas pessoas podem ter para poderem efectivamente ESCOLHER o que querem ver!!! É o poder de Hollywood...

Voltando à "película" de Almodóvar, vi "Hable con Ella" em 2003 e tive a oportunidade de alugar o DVD num dos melhores Vídeo-clubes que conheço... daqueles em que podemos escolher filmes "refrescantes", filmes de conceito Independente, os chamados Filmes de Autor. Foi daí que vieram muitos dos filmes que vão enchendo este meu cantinho virtual. Em "Fala com ela" seguimos a história de dois homens cujos caminhos se cruzam numa clínica privada em que um deles (Benigno) (Javier Cámara) trabalha como enfermeiro. Marco (Darío Grandinetti) vê a sua namorada, uma toureira profissional, ser colhida por um touro e entrar num estado de coma profundo, tendo de ser internada na clínica onde trabalha Benigno. Este, por sua vez, trata de forma muito pessoal uma outra paciente (Alicia), uma bailarina que devido a um acidente está há quatro anos também num coma profundo, sob os cuidados de Benigno. Ele fala com ela, lê para ela, mostra-lhe fotografias como se ela pudesse ver... mas Benigno acha que quando em coma os pacientes ouvem tudo o que os rodeia e aconselha Marco a fazer o mesmo, na esperança que um Milagre traga Lydia (a toureira) de volta.




As vidas destes dois homens vão-nos sendo apresentadas num desenrolar de acontecimentos alicerçados numa narrativa bem característica dos filmes de Almodóvar, com diálogos e imagens bem arrojadas e sem pudor (aliás, esse é um dos trunfos de Almodóvar, a ausência, quase total de pudor nas obras por ele escritas/realizadas). Como bónus temos Caetano Veloso, a cantar ao vivo numa esplanada por onde Marco passa... Cucurrucucu Paloma!!!!!!!!!!


IMPERDÍVEL: 9/10