18 dezembro 2006

Ils by David Moreau and Xavier Palud (2006)


Mais um filme assustador a marcar presença aqui no meu "muvizzz"!!! Este descobri-o sozinho, vi-o sozinho, usufruí dele sozinho mas agora faço questão de partilhá-lo com as centenas e centenas (isto sou eu a delirar) de cibernautas que marcam presença diariamente neste blog.


Não deve ser fácil encontrar este filme nas prateleiras de algum video-clube e muito menos será possível, digo eu, encontrá-lo em qualquer sala de cinema no nosso país. É um filme de baixo orçamento, sem quaisquer efeitos especiais, escrito e realizado pela dupla de realizadores franceses David Moreau e Xavier Palud, dupla que se prepara para lançar, muito brevemente, um remake do filme de Hong Kong, The Eye, outra grande obra do cinema de terror actual que nos chega do Oriente pelas mão dos irmãos Pang(brevemente no... sítio do costume).


Fiz alguma pesquisa e não consegui encontrar nenhuma notícia que fundamente o que se diz sobre este filme: ser baseado em factos verídicos!!! Pelo menos é o que se diz. Mas avancemos. Ils foi realmente uma agradável surpresa. Filme Francês, rodado na Roménia, de clima bastante intenso e como costumo dizer, sempre a 200 à hora!!! Passados os primeiros minutos introdutórios do filme (também não podiam ser muitos visto que o filme apenas tem 77min.) entramos numa correria (literalmente) de acontecimentos, cheios de adrenalina e de uma muito boa representação dos actores. Penso que o sucesso de muitos filmes de terror passa pela qualidade dos actores. Normalmente os argumentos não são muito ricos e a própria história deixa, por vezes, algo a desejar. Mas não é o caso de Ils.


Clementine e Lucas são um casal que emigrou para a Roménia. Ela é professora e dá aulas de Francês, ele é um escritor em fase de elaboração dum próximo trabalho (se a memória não me falha). Vivem numa casa enorme, disponibilizada pelo Estado Romeno. A casa é bastante afastada da cidade e rodeada por um bosque. Depois da tal fase introdutória de que falei atrás, fase em que ficamos a conhecer melhor os dois personagens e a razão de estarem ali, passamos então à acção do filme. Alguém, ou alguma coisa, tenta entrar na casa de Clementine e Lucas e desde esse momento até ao fim do filme não mais o casal terá sossego, nem o casal nem os espectadores.


Gostei bastante do desenvolvimento do filme mas achei o final simplesmente aterrador... ficamos com uma sensação de... end of the post!!!
Aqui fica o link para o site oficial, recheado de fotos e info sobre o filme... vejam o Trailer, se o post não vos convencer de certeza que o Trailer convencerá... a mim convenceu-me!!!





Descubram-no... ou peçam-mo emprestado se quiserem... 7.8/10

17 dezembro 2006

The Descent by Neil Marshall (2005)




Abro este post para vos trazer "The Descent", um filme fácil, daqueles sem grande complexidade de argumento... é um daqueles filmes que podemos começar a ver do meio que as sensações finais serão as mesmas... como costumo dizer: aquece-se o óleo numa frigideira, abre-se um ovo e deixa-se fritar!!!




Vi este filme depois de ter lido um texto do mestre V.M. num site temático. Confesso que sou adepto do medo cinematográfico... adoro filmes que nos metem medo, adoro aquela sensação de adrenalina, aquela sensação de sentirmos medo de algo que sabemos não ser real... por mais real que a história possa parecer!!! Para mim "The Descent" é um "Alien" dos tempos modernos. Claro que é praticamente impossível igualar a obra 1979 de Ridley Scott, no entanto qualquer fita que se aproxime já é, logo à partida uma fita de grande qualidade.


Neil Marshall, o realizador e autor deste filme era-me completamente desconhecido, no entanto tem outros dois trabalhos prontos a serem descobertos: Combat (1999), uma curta com boas referências e Dog Soldiers (2002), longa-metragem de terror e acção que conta a história de um treino militar que não corre como o previsto.

Em "The Descent" seguimos um grupo de amigas aventureiras que partem à descoberta duma gruta... no entanto tudo começa mal quando uma derrocada lhes tapa o local por onde entraram!!! Até aqui tudo como se esperava, história fácil e previsível... mas... vale a pena ver e sentir algo parecido com o que aquelas amigas sentiram... puro terror claustrofóbico. Se a permissa de Alien era: "... no espaço ninguém te consegue ouvir gritar..." em The Descent podemos usar a mesma frase com as devidas alterações!!! Neil Marshall consegue contar-nos uma história de amizade e traição enquanto criaturas sedentas de carne humana perseguem os personagens.

Para quem gosta do género é certamente um filme para guardar e partilhar... foi o que eu fiz!!! No dia a seguir a comprar o DVD já o tinha emprestado... e ainda não voltou a casa.

Vejam esta pequena amostra do que vos espera...






Gore no seu melhor: 8.0/10

16 dezembro 2006

Crash by Paul Haggis (2005)



Respiro fundo... bem fundo... mais uma vez...fuuhhhhhh!!! E cá vou eu... tentar dar a minha opinião sobre um filme que encheu as medidas a todos os que já o viram. Toda a gente que eu conheço que já viu Crash adorou... Costumo dizer que Crash foi o último grande filme que vi em Cinema!!!




Fui vê-lo no início de 2005, um pouco antes da cerimónia de entrega dos prémios do Cinema Americano. Costumo dizer que às vezes vamos ver um filme Europeu e vamos cheios de espectativas que depois saem defraudadas, outras vezes vamos ver um filme Americano e vamos sem quaisquer espectativas... quando saímos da sala (alguns minutos depois do filme acabar) estamos em extase!!! Completamente atordoados, como se tivéssemos saído de uma das maiores Montanhas-Russas do mundo. Foi esta a sensação com que fiquei quando saí da Sala de Cinema nesse dia.




Paul Haggis, o mesmo que já tinha escrito o Argumento de Million Dollar Baby e que mais recentemente escreveu também o Argumento de Flags of Our Fathers (o novo de Eastwood), estreia-se na Realização com um filme deslumbrante que tem tanto de inesquecível como de imperdível. Em Los Angeles, cidade multifacetada racialmente, acompanhamos a vida, durante dois dias, de múltiplos personagens que lidam com o Racismo como sendo um dado adquirido, como se o tom de pele de alguém pudesse revelar o que está no coração dessas pessoas... nem sempre o que parece é!!!




Este filme não é, com toda a certeza um filme de representação, ou seja, é difícil destinguir quem é o personagem central de toda a história, houve até quem tenha dito que a Academia Americana deveria criar uma nova categoria para entrega das estatuetas, a categoria de Best Group of Actors!!! No entanto, dois actores ficaram-me retidos na memória: Michael Peña e Terrence Howard. Vejam, revejam, partilhem, divulguem, vejam e revejam!!! CRASH... INESQUECÍVEL. 9.5/10
Trivia: * Um dos factores que inspiraram Paul Haggis a escrever Crash foi o assalto de que ele mesmo foi vítima.
* Devido ao baixo orçamento disponível, Paul Haggis teve de usar a sua própria casa (onde reside o casal Bullock & Fraser) e até o seu carro para filmar algumas cenas. Outro bom exemplo foi o de Sandra Bullock que comprou o seu próprio bilhete de avião para chegar ao local de filmagens.
* A distribuidora Lions Gate comprou os direitos de distribuição do filme durante o Festival de Cinema de Toronto. Crash foi o primeiro filme que ganhou o Oscar nessas circustâncias.
* Primeiro filme desde Rocky (1976) a ganhar o Oscar com apenas três estatuetas. Normalmente o melhor filme recebe sempre mais do que 4!


14 dezembro 2006

Hable con Ella by Pedro Almodóvar (2002)



I'm back (estou de volta, para os menos versáteis)!!! E que regresso... vou apresentar-vos um dos meus realizadores de eleição, daqueles que realizam filmes que quando introduzimos o DVD na drive ou quando estamos na fila para comprar pipocas, sentimos aquela ansiedade... como quem está para ser PAI!!! (lololol, agora achei graça a mim próprio, o que é raríssimo...)

Falo-vos de Pedro Almodóvar, o Senhor que nos ofereceu "películas" como: "Hable con Ella"(2002), "Todo sobre mi Madre"(1999), "Carne Trémula"(1997), "Átame"(1990), "Tacones Lejanos"(1991), "La mala Educación"(2004)... etc... e que mais recentemente nos presenteou com: "Volver"(2006)!!!

Pedro Almodóvar é mesmo um grande Homem-Cinema, como alguns outros que vos irei apresentar brevemente. De todas as "películas" de Almodóvar a que mais tempo ficou(está) na minha memória é "Hable con Ella". É um daqueles filmes que nos prendem à tela do princípio ao fim, daqueles que nos dão aquela sensação estranha de não querer que o filme chege ao fim, aquela sensção de entretenimento levada ao seu expoente máximo. Há quem pense que entretenimento em cinema é ver comédias "hollywoodescas" daquelas de que os video-clubes estão cheios, sem o mínimo traço narrativo, daquelas que nos fazem rir (as que fazem) pontualmente mas sem nos enriquecer minimamente!!! Confesso: DETESTO FILMES ASSIM... para mim isso é brincar ao CINEMA, é aproveitar a falta de recursos que algumas pessoas podem ter para poderem efectivamente ESCOLHER o que querem ver!!! É o poder de Hollywood...

Voltando à "película" de Almodóvar, vi "Hable con Ella" em 2003 e tive a oportunidade de alugar o DVD num dos melhores Vídeo-clubes que conheço... daqueles em que podemos escolher filmes "refrescantes", filmes de conceito Independente, os chamados Filmes de Autor. Foi daí que vieram muitos dos filmes que vão enchendo este meu cantinho virtual. Em "Fala com ela" seguimos a história de dois homens cujos caminhos se cruzam numa clínica privada em que um deles (Benigno) (Javier Cámara) trabalha como enfermeiro. Marco (Darío Grandinetti) vê a sua namorada, uma toureira profissional, ser colhida por um touro e entrar num estado de coma profundo, tendo de ser internada na clínica onde trabalha Benigno. Este, por sua vez, trata de forma muito pessoal uma outra paciente (Alicia), uma bailarina que devido a um acidente está há quatro anos também num coma profundo, sob os cuidados de Benigno. Ele fala com ela, lê para ela, mostra-lhe fotografias como se ela pudesse ver... mas Benigno acha que quando em coma os pacientes ouvem tudo o que os rodeia e aconselha Marco a fazer o mesmo, na esperança que um Milagre traga Lydia (a toureira) de volta.




As vidas destes dois homens vão-nos sendo apresentadas num desenrolar de acontecimentos alicerçados numa narrativa bem característica dos filmes de Almodóvar, com diálogos e imagens bem arrojadas e sem pudor (aliás, esse é um dos trunfos de Almodóvar, a ausência, quase total de pudor nas obras por ele escritas/realizadas). Como bónus temos Caetano Veloso, a cantar ao vivo numa esplanada por onde Marco passa... Cucurrucucu Paloma!!!!!!!!!!


IMPERDÍVEL: 9/10


21 outubro 2006

L'auberge espagnole (2002) & Les poupées russes (2005) by Cédric Klapisch




Estou de volta para partilhar convosco a minha experiência na Residência Espanhola. Adoro filmes urbanos, que retratam o quotidiano de todos nós, ou pelo menos da maioria de nós. Neste post vou também abordar outro filme deste mesmo realizador, que funciona como sequela do primeiro, falo-vos de "Les poupées russes".

Cédric Klapisch faz isso muito bem. Tive oportunidade, nos últimos três anos, de assistir a três bons filmes deste realizador, aliás, um bom filme (Ni pour, ni contre/2003) e dois GRANDES filmes (Láuberge espagnole/2002 e Les poupées russes/2005). Já agora, a minha definição de "bom filme" é: filme que nos entretem, mas que não fica na nossa cabeça por mais de um dia. A minha definição para "grande filme" é: filme que nos entretem e que fica connosco durante dias e dias... quantos mais dias mais pontuação!!! ;)

part 1:
Em "L'auberge espagnole" Klapisch conta-nos a história de um grupo de adolescentes, todos de nacionalidades diferentes, que se encontram em Barcelona para aí fazerem o "Erasmus". Partilham a mesma casa, daí o título do filme, mas partilham também mais algumas coisas... As peripécias do dia-a-dia destes jovens vão deliciar-nos!!!

Xavier (Romain Duris) encontra-se com estes jovens por razões diferentes. Ele vai para Barcelona para aí desenvolver alguns conhecimentos da Língua Espanhola, com o objectivo de se enrriquecer culturalmente, para poder iniciar a sua vida profissional. Deixo-vos uma frase que sentencia bem o sentimento envolvente deste filme (não é da minha autoria, se calhar se não dissesse que não era vocês pensavam mesmo que era... acho que não vou dizer que não era... é isso, não vou dizer) : "...todos juntos eles falarão a linguagem internacional da amizade e do AMOR..."

part 2:
"Les poupées russes" é então a continuação do que se vai passando nas vidas dos personagens por quem nos apaixonámos na Residência Espanhola. Aqui Xavier (Duris) tem já trinta anos e a sua vida continua aos solavancos, sem conseguir adquirir aquela velocidade de cruzeiro que ele mesmo procura. O seu objectivo é tornar-se num escritor de renome, mas as suas tentativas têm saído goradas. O destino imediato de Xavier leva-nos ao encontro dos outros personagens da Residência. Mais uma vez Klapisch entrega-nos uma obra de conteúdo, um filme onde podemos encontrar alegria, tristeza, amor, paixão e alegria!!!

Vi estes dois filmes com um intervalo de dois anos, e se tivesse que escolher qual deles mais me fascinou, acho que escolheria "Les poupées russes", mas talvez seja porque foi o que vi há menos tempo. Entretanto uma nota importante para todos os que ainda não viram nenhum destes filmes... se pretendem ver os dois, vejam-nos pela ordem cronológica de lançamento, se pretendem ver só um deles e caso esse filme seja "Les poupées russes", vejam-no à vontade... para se ver este filme não é necessário ver "L'auberge espagnole"... provavelmente a única relação entre as duas histórias são os personagens!!!

part 1: 8.3/10 part 2: 9.0/10
Trailers:
L'auberge Espagnole




Les Poupées Russes

21 agosto 2006

Mar Adentro by Alejandro Aménabar (2004)


"...mar adentro, mas adentro..." Esta frase ficou-me na cabeça por muitos dias, semanas até, meses talvez! O conceito deste blog é falar-vos dos filmes da minha vida e em alguns casos torná-los também nos filmes das vossas vidas, no entanto, alguns dos filmes que aqui trago são "mais" da minha vida do que outros e claro, quando falo dos que são "mais" sinto uma sensação diferente... uma sensação "mais"!!!

Pois bem "Mar Adentro" é mais um filme de Alejandro Aménabar a marcar presença aqui no meu cantinho... é um filme marcante, de Realização acima da média (já era de esperar), com actores acima da média e com um argumento acima da média (também já era de esperar). Já vi todos os filmes de Aménabar, mas "Mar Adentro" foge do género preferido do realizador Chileno. Antes de ver este filme estava algo relutante... afinal de contas filmes em que se conta a história da vida de alguém nunca são da minha preferência, mas "Mar Adentro" tinha uma vantagem em relação a outros filmes desse género... era dirigido por Aménabar... e isso faz toda a diferença.

Ramón Sampedro (Javier Bardem) é um tetraplégico, que há quase trinta anos luta pelo direito a morrer com dignidade... Ramón é totalmente dependente dos que o queiram ajudar, inclusivamente para morrer. Vive com o seu Irmão, a sua Cunhada e o seu Sobrinho. Entretanto conhece duas mulheres que disputarão o seu amor e que nos mostram que até presos a uma cama podemos dar muito a quem queira receber!!! De realçar todo o elenco, mas Bardem está perfeito. Tive oportunidade de ver os extras e Bardem está irrepreensível no papel de Ramón.

"Mar Adentro" é uma delícia... daqueles filmes imperdíveis... a sensação com que fiquei foi de como ser possível que um realizador consiga tanto para nos contar uma história como a de Ramón Sampedro.

Trivia: * Filme escolhido pela Academia de Cinema Espanhol para representar a Espanha nos Oscars de 2004 na categoria de Melhor Filme de Língua Estrangeira, que acabou por vencer.

* Três meses antes da estreia em Espanha, Aménabar ordenou que fossem distribuídos pela imprensa espanhola, fotografias de Javier Bardem já maquiado para que toda a gente se familiarizasse com a sua imagem e se centrasse no seu desempenho ao longo do filme.

* Este foi o filme mais galardoado pelos Goyas (Prémios do Cinema Espanhol), tendo ganho 14 dos 15 para que estava nomeado.

Na minha opinião este filme é um "must", como tal merece: 9,1/10

11 agosto 2006

Kill Bill by Quentin Tarantino (2003/2004)

Cá vai mais uma pedrada no charco... mais uma obra-prima de um dos grandes mestres do cinema actual... Quentin Tarantino!!! Diz-se que por imposições puramente comerciais, Tarantino foi forçado a dividir em dois o seu projecto, no entanto, eu aqui no blog vou tratar este filme como um só... afinal faz todo o sentido que assim seja.

Kill Bill é um daqueles filmes que divide opiniões... ou se adora ou se detesta... e aqueles que dizem: "... sim gostei..."; na realidade eu sei que não gostaram nada!!! Eu pessoalmente quando fui vê-lo já sabia ao que ia... se analizarmos bem as anteriores obras de Tarantino percebemos que Kill Bill não foge à regra: diálogos hilariantes e picantes, argumento bem distinto de tudo o que normalmente nos é oferecido, acção... muita acção, sangue em doses super-menú e por fim, diálogos hilariantes... ah! é verdade... falta uma coisa que também distingue os filmes de Quentin Tarantino: histórias com objectivo, coerência acima de tudo!!!

Neste filme Tarantino conta-nos uma história de vingança... The Bride (Uma Thurman) quer vingar-se de Bill (David Carradine) e tudo fará para consumar essa vingança. Pelo caminho encontra-se com todos os que, juntamente com Bill, foram responsáveis pelo seu estado de ira e vai eliminá-los um a um... cada um com o seu grau de dificuldade.

Terminado o parágrafo anterior, se houver alguém a ler este post que ainda não tenha experimentado Kill Bill certamente pensará... "hummm parece-me uma história muito hollywodesca"... e é!!! O que faz deste filme um grande filme não é a história mas sim como nos é contada... Tarantino emprega todo o seu estilo de realização e transforma histórias simples, carregadas de clichés, em horas de puro entretenimento. Analisemos agora algo que sustenta o que acabei de escrever: o título do filme. Já repararam que o título do filme diz tudo... Kill Bill!!! É como se em "The Others" o título fosse: "Os outros, que afinal são a mãe e os dois filhos mais os empregados". A questão é que Tarantino não faz, ou pelo menos nunca fez filmes que pretendam transmitir esse efeito surpresa aos espectadores... Tarantino surpreende-nos pela forma como nos conta as histórias, pela forma irrepreensível como contrói os argumentos e pela forma como filma.

Em Kill Bill, Tarantino mostra-nos a sua paixão pelo cinema asiático... Kill Bill está carregado de referências aos típicos filmes categorizados por: swordplay, tipo "Heróis de Shao Lin", e Martial Arts, tipo Bruce Lee!

Trivia: * Tarantino adiou o início das filmagens devido à gravidez de Uma Thurman.

*Tarantino ofereceu o guião do filme e o personagem de The Bride a Uma Thurman como prenda pelo seu 30º aniversário.

* O fato amarelo que The Bride enverga é inspirado num fato que Bruce Lee usou em Game of Death (1978).

* Para que o filme tivesse um look de cinema asiático de artes marciais dos anos 70, Tarantino ofereceu ao director de fotografia uma extensiva lista de filmes do género dos anos 70. Tarantino proibiu também o uso de efeitos digitais e insistiu que o sangue derramado fosse feito como naquela altura: preservativos cheios de sangue falso que espirraria com o impacto.

* Tarantino revelou posteriormente numa entrevista que toda a música usada no filme era na realidade parte da sua colecção de música, todas elas já presentes em filmes anteriormente.

* No restaurante The Bride mata 57 pessoas.

* A produção gastou mais de 65.000 dólares em espadas.

* Na cena em que Gogo balanceia a sua bola de aço, ela acidentalmente atingiu Tarantino, enquanto este filmava a cena.

Bom, tal como já foi aqui referido, eu pessoalmente adorei o(s) filme(s)... não consigo sequer dizer de qual dois dois volumes gostei mais... portanto: 9,5/10... Tarantino é fenomenal!!!

Vol. 1&2:

The Shining by Stanley Kubrick (1980)

Isto de ter de alimentar um blog é por vezes bem mais complicado do que possa parecer a quem não está familiarizado com essa forma de expressão. Principalmente quando o "blogger" pensa, como eu, que o único critério a seguir é o das suas preferências cinéfilas. Imaginem que passam a semana a seguir receitas simples, tipo ovos estrelados com fatias de fiambre e salsichas, entretanto no fim de semana recebem em vossa casa a família e/ou os amigos e têm de preparar algo bem mais elaborado. A sensação que se sente é igual à que eu sinto quando me aventuro a escrever sobre obras-primas. Mas pronto, são estes posts que dão mais brilho aos blogs, portanto cá vai:

Vou apresentar-vos The Shining do grande Stanley Kubrick, infelizmente já desaparecido. Para não fugir à regra, só descobri a arte de Mr Kubrick há bem pouco tempo, quando tive oportunidade de ver um dos seus melhores filmes (The Shining) e logo um filme que aborda e nos transmite aquela sensação que eu penso ser a minha preferida; o MEDO!!!

The Shining é um grande filme, daqueles que figuram em qualquer top da história do Cinema, é protagonizado por um dos melhores actores de todos os tempos (Jack Nicholson), realizado por um dos melhores realizadores de todos os tempos e escrito por um dos melhores romancistas na área do suspense, Stephen King. Posto isto o resultado só poderia ser um: inesquecível!!!

Jack Torrance (Nicholson), arranja emprego como guarda de um hotel, o Overlook Hotel, nas montanhas do Colorado. O hotel é sazonal e todos os anos é necessário contratar alguém para o vigiar e tratar da manutenção primária durante o Inverno. Torrance e a sua família serão os únicos ocupantes do hotel durante todo o Inverno. Tudo corre na normalidade até que as tempestades de neve boqueiam e isolam a família Torrance no hotel. Depois, bem depois... é melhor não desvendar mais, acho que já chega!!!

Trivia: * O Timberline Lodge, um hotel no Oregon, foi usado para filmar os exteriores, no entanto o responsável pelo hotel pediu a Kubrick para não usar o número do quarto 217 (tal como estava escrito no livro de Stephen King), visto que as pessoas poderiam não querer ficar mais naquele quarto depois de verem o filme. Kubrick mudou então o guião e alterou o número para 237, um quarto não existente no verdadeiro Timberline Lodge!

* Kubrick ordenou 127 takes numa cena com Shelley Duval (a mulher de Jack Torrance). A isto chama-se direcção de actores. É aí que começa o trabalho de um grande realizador.

* Stanley Kubrick mostrou a toda a equipa o filme Eraserhead (David Lynch) para lhes transmitir os sentimentos que pretendia que sentissem.

* Devido à idade de Danny Lloyd (o filho de Jack Torrance) e ao facto de ser o seu primeiro papel, Kubrick teve sempre uma atitude ultra protectora duante as filmagens, de tal forma que Danny só soube que tinha participado num filme de terror quando o filme estreou.

* A ideia de atirar a bola de ténis contra a parede foi de Jack Nicholson. No guião apenas estava escrito "... Jack is not working..."

* Para a cena em que Jack parte a porta da casa de banho com um machado, o departamento de preparação das cenas construíu uma porta fraca, fácil de partir, no entanto Nicholson trabalhou como voluntário nos bombeiros e portanto partiu-a muito facilmente. O departamento teve então de construír uma porta bem mais forte.

* Anjelica Huston, mulher de Jack Nicholson na altura das filmagens, confidenciou que devido às horas que Jack passava a filmar e devido ao estilo de direcção de Kubrick (takes atrás de takes), Nicholson chegava a casa, caía na cama e só acordava no dia seguinte.

Espero que tenham gostado tanto deste post como eu gostei de o escrever... deu-me muito gozo partilhar convosco todas estas curiosidades. Voltarei brevemente.

A votação para este filme é, sem grande espanto: 9.4/10

31 julho 2006

Shutter by Banjong Pisanthanakun & Parkpoom Wongpoom (2004)

Mais uma pérola de Terror asiático a ser revelada aqui!!! Gostam de histórias de fantasmas, daquelas que metem mesmo medo?! MEDO!!! Não é medo, é mesmo MEDO!!! Então procurem esta fita, não ficarão desiludidos!

Depois de ter descoberto o cinema asiático, depois de ter percebido que os "chinocas" adoram filmes de terror, depois também de chegar à conclusão que muitos dos filmes que nos chegam da ásia são por vezes mais do mesmo, eis que descubro "Shutter"!!! Este filme é mesmo bom, tem tudo o que um bom filme de terror deve ter... coerência, argumento, representações bem sustentadas e sustos, não muitos mas os suficientes.

Da Tailândia chega-nos a história de um jovem fotógrafo, Tun e da sua namorada Jane, que descobrem estranhas sombras nas fotografias do seu arquivo fotográfico (após ler esta parte da sinopse parece que estamos perante um daqueles filmes carregados de clichés, mas olhem que não), entretanto os amigos de Tun estão também a ser perseguidos por estranhos fenómenos que aparentam pertencer ao sobrenatural. Cedo percebemos qe não se pode fugir ao passado!!!

Já vi um outro filme Tailandês, curiosamente também sobre fantasmas, concretamente o fantasma de Nang-Nak e gostei bastante... numa linha diferente mas muito bom.

Shutter é mais um daqueles filmes com final revelador, que não vai deixar ninguém indiferente!!!

Os meus votos: 7,8/10

ps: a falta da já tradicional foto no início do post é propositada, é que não encontrei nenhuma e já é tarde... entretanto ao escrever estas linhas comecei a lembrar-me de cenas do filme e cheguei à conclusão que o melhor é ir pa caminha!!!!

30 julho 2006

Big Fish by Tim Burton (2003)


O próximo filme que partilharei com os meus fiéis visitantes e apoiantes foi um filme que me deliciou (pensavam que ia dizer que me marcou!!!). Quando o fui ver ao cinema não sabia nada de nada sobre o filme, achei o título algo estranho, não conhecia muito do trabalho do realizador e conhecia vagamente o actor. Foi numa tarde sem nada para fazer que fui a um centro comercial dos arredores de Lisboa descobrir o universo de Tim Burton, mais um dos meus realizadores de eleição!!!

Como já disse este filme é uma delícia, puro entretenimento cheio de deslumbramento visual (característico dos filmes dste Senhor). Tim Burton é um autêntico contador de histórias que, neste caso, está como peixe na água, é que "Big Fish" conta-nos a(s) história(s) vividas por Edward Bloom (Albert Finney/Ewan McGregor) ao longo da sua juventude, contadas em "flash-backs" ao seu filho, numa altura em que Edward está numa fase terminal da sua vida!!!

Tim Burton consegue recriar e realizar todos os cenários anteriormente pensados por Daniel Wallace, o autor da obra que curiosamente disse, após terminar o seu romance: "... aqui está um livro que nunca há-de ser filme..."!!! Enganou-se... Tim Burton transformou o livro de Daniel num filme, e que filme!!!

A sensação com que saí do cinema foi algo parecido com: fónixxx man!!! ganda filme... fod* ** viste??? o gajo afinal *** *** *********, só um bocadinho!!! curti bué... (os asteriscos são na realidade gaps para preencher).

Entretanto fui conhecendo melhor a obra de Tim Burton e só então percebi que já era fã deste realizador há muito tempo, só que não sabia. Tim realizara filmes como "Edward Scissorhands"; "Planet of the Apes"; "Sleepy Hollow"; "Batman & Batman Returns". Resumindo, este Senhor já tinha um nome a defender e Big Fish é para mim o melhor de Tim Burton.

Trivia: *nada que possa partilhar aqui... todas as curiosidades que encontrei estão carregadas de spoilers.

A minha opinião, traduzida em números: 8,6/10

20 julho 2006

Cidade de Deus by Fernando Meirelles (2002)


"Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come!!!" Esta é a premissa deste filme rodado a "100 à hora" de Fernando Meirelles, que retrata de forma crua e real o dia-a-dia dos habitantes de uma das maiores favelas dos arredores do Rio de Janeiro. Meirelles usa técnicas de filmagem cheias de "close-ups" que nos transportam para perto da acção, tão perto que certas vezes até sentimos o mesmo medo e crueldade espelhados nos rostos dos personagens.

Fui ver este filme já muito tarde, quase na última semana de exibição. Já tinha ouvido falar bastante do filme e uma coisa que me despertou a atenção foi o facto de ter impressionado todos os que me falavam dele. Todos nós nos identificamos mais com o gosto de certas pessoas do que de outras, mas "Cidade de Deus" parecia reunir concenso... esperava-me, sem dúvida, um grande filme!!! À data ainda não tinha ao meu alcance todas as ferramentas que hoje em dia "uso" para escolher os filmes que merecerão ou não a minha atenção, mas hoje, neste preciso momento, enquanto partilho convosco a minha experiência na Cidade de Deus, reparei que está em 18º no TOP250 do "IMDB" (Internet Movie Database).

Busca-Pé (o nosso narrador) conta-nos a história de vários personagens que habitam a Cidade de Deus. Uns mais extrovertidos, outros menos. Uns mais reservados, outros menos. Uns mais sonhadores, outros menos. Uns mais assassinos, outros ainda piores. No entanto Busca-Pé tem um sonho, ser fotógrafo profissional. E é na perspectiva da câmara de Busca-Pé que seguimos à descoberta da vida de todos estes rapazes que não escolheram nascer e crescer ali! Mas não há só Busca-Pé, há também outros personagens que não esqueceremos durante muito tempo.

Trivia: * Todos os actores amadores foram recrutados de favelas reais, inclusivé Alexandre Rodrigues (Busca-Pé) que já tinha vivido na Cidade de Deus.

* O filme não foi filmado na verdadeira Cidade de Deus, mas sim numa outra favela bem perto, devido ao perigo constante que existe na favela.

* Fernando Meirelles disse, após as filmagens, que se soubesse o perigo que era filmar numa favela não teria feito o filme.

O meu parecer é: 8.9/10

18 julho 2006

Fight Club by David Fincher (1999)



"Gentleman, welcome to the Fight Club..." esta é uma frase inesquecível para qualquer amante da 7ª arte!!! A frase e o filme que a imortalizou... obra-prima de David Fincher que já antes nos tinha trazido outras coisas bem interessantes como "S7ven" e "The Game" mas que depois, em 2002, nos trouxe também outro filme bem empolgante e nervoso, falo-vos de "Panic Room".

Como já disse "Fight Club" é um daqueles filmes que não nos saiem da cabeça durante dias. Faz-nos pensar na mestria e irreverência da história e na magnitude das representações de dois dos melhores actores dos últimos 20 anos que a academia da presunção nos trouxe: Brad Pitt e Edward Norton. Estes dois rapazes dispensam apresentações e nem me vou dar ao trabalho de vos disponibilizar "links" de outros filmes por eles protagonizados. Pitt e Norton fazem de qualquer filme uma experiência única na arte de representar. Como devem calcular são dois dos meus actores de eleição. São capazes de tornar um filme banal num bom filme e um bom filme em algo inesquecível.

Em "Fight Club" acompanhamos a história de um homem com uma vida boa, pacata, organizada e acima de tudo, uma vida como a de muitos de nós, estável. No entanto há algo mais no interior deste homem aparentemente normal. E é isso que iremos descobrir... sinceramente não posso dizer muito mais, os que já viram facilmente perceberão porquê, quem não viu... VEJA!!!

Trivia: * Estava escrito de início que Brad Pitt recitaria receitas reais de bombas caseiras, no entanto, foi decidido substituí-las por receitas fictícias, para proteger os espectadores.

* O autor (Chuck Palahniuk) achou que o final alterado do filme era na verdade melhor que o que tinha escrito.

* Na cena em que Pitt e Norton estão bêbedos e atiram bolas de golfe, eles estão realmente bêbedos e as bolas ricocheteavam violentemente no camião de Catering.

* Fincher fez doze "takes" da cena do combate de Pitt e Norton, no entanto foi o primeiro "take" o escolhido.

A minha votação para este filme inesquecível é: 9.2/10

07 julho 2006

The Village by M. Night Shyamalan (2004)



Aqui vai mais uma pérola de M. Night Shyamalan!!! Este foi o tal que vi na primeira sessão do dia de estreia... tal era a ansiedade com que aguardava este filme. Certo dia estava em casa a navegar e eis que me aparece o "pop-up" com o "trailler" deste filme... eu que nem sabia que vinha aí um novo filme do Shya fiquei em polvorosa...vi o "trailler" umas dez vezes e fiquei simplesmente maravilhado!

Uma das sensações que mais gosto de sentir quando vejo um filme é MEDO. Foi essa a sensação com que fiquei ao ver o "trailler", sensação de MEDO! Foi isso mesmo que pude constatar na sala de Cinema, isso e muito mais. Shyamalan é o meu realizador de eleição, é dos poucos que me enchem mesmo as medidas.

Em "The Village", Shyamalan conta-nos a estória de uma população da região da Pensylvania que vive aterrorizada com as criaturas que habitam as florestas circundantes. No entanto existe um pacto entre os habitantes da Vila e as criaturas: eles não entram na Floresta, as criaturas não entram na Vila! Porém o jovem Lucius Hunt (Joaquin Phoenix), de extrema irreverência e nada acomodado à situação põe em causa esse mesmo pacto, ao entrar na Floresta para poder trazer medicamentos para os habitantes da Vila. Shyamalan conta-nos esta estória, de monstros, sem no entanto negligenciar outros aspectos que fazem deste filme um grande Filme, como por exemplo, o facto de existir uma estória de amor entre Lucius e Ivy (Bryce Dallas Howard), e o facto não menos relevante de Noah Percy (Adrien Brody), um habitante da Vila, deficiente, ser também ele apaixonado por Ivy.

O filme conta com um elenco de luxo, onde pontificam ainda os nomes de Sigourney Weaver e William Hurt. Uma coisa de que mais uma vez podemos ter a certeza é que Shyamalan não deixa de parte todos os pequenos detalhes que são imagem de marca dos seus Filmes. The Village é mais um Filme com chancela W&D, muito à imagem de Shya... carregado de pequenos detalhes que fazem das estórias deste autor/realizador/produtor, as mais coerentes que tenho visto. Outra das características dos seus Filmes são os finais reveladores, The Village é mais um Filme com um final revelador, coerente, lógico e porque não, maravilhoso!

Trivia: * Shyamalan escolheu Bryce Dallas Howard sem recorrer a qualquer casting, após tê-la visto em palco numa peça de Teatro.
* Foram precisas onze semanas para construir todo o cenário da Vila, estavam presentes cerca de 300 pessoas no local.
* Sigourney Weaver confessou ter tido pesadelos durante quase duas semanas após ter lido o Guião.

A este filme terei de dar uma nota bem alta: 9.0/10

04 julho 2006

Y tu Mamá También by Alfonso Cuarón (2001)


O filme de que vos vou falar é um dos melhores filmes que tive oportunidade de ver nos últimos anos... até aqui nada de novo!!! Mas alguns de vocês devem estar a pensar..." e não o são todos os outros filmes de que ele fala aqui no blog?!" Sim são, mas este é mesmo muito especial... é um filme verdadeiramente maravilhoso, de beleza visual acima da média, carregado de emoção, aventura e até algum erotismo!!!

A história que Alfonso Cuarón (aliás os irmãos Cuarón) nos traz(em) é merecedora de todos os adjectivos já aqui insistentemente usados. Passa-se no México, mais concretamente ao largo da Costa Mexicana. Uma das sensações com que fiquei quando vi este filme foi de que parecia que tinha ficado a conhecer a Costa Mexicana!!! Quando falo em beleza visual é disto que estou a falar... não estou a falar de cenários góticos, nem de ambientes super digitalizados, mas sim da Natureza pura de um País que me encantou e ficou na minha memória. Ver bom Cinema também é isto.. viajar sem saír do sofá!

Dois jovens Mexicanos, Tenoch (Diego Luna) e Julio (Gael Garcia Bernal) partem numa viagem ao largo da Costa Mexicana, as suas namoradas tinham-nos "abandonado" para gozarem as férias de Verão e Tenhoch e Julio fazem planos para partirem numa viagem de carro com destino à praia Boca del Cielo... pelo menos é esta a história que os dois rapazes contam a Luisa (Ana López Mercado), com o intuito de a impressionarem. Luisa é uma mulher atraente, mais velha que eles e isso por si só mexe com o imaginário dos dois rapazes. O certo é que Luisa fica encantada com a ideia de partir com Tenoch e Julio em busca dessa praia quase inantigível. Ao longo de toda a viagem somos brindados com paisagens realmente belas mas também com revelações destes três personagens... sobre a vida, a amizade, o sexo e as relações entre eles!!!

O Cinema falado em Espanhol mexe realmente comigo... se calhar enquanto algumas pessoas não veêm certos filmes porque são falados nesta ou naquela língua, eu vejo quase todos os Filmes falados em Espanhol... para isto contribui o facto de ter sido bem habituado por "este" Cinema... tanto as produções Mexicanas, como as Espanholas sempre me agradaram... a velocidade a que os diálogos fluem é tremenda e tudo encaixa perfeitamente.

ps: este filme tem um final que vos ficará na memória... não devia ter dito isto, mas não consegui resistir!!!

Trivia: * Os apelidos dos personagens principais são nomes de figuras relevantes da História Mexicana, o apelido do único personagem Espanhol do filme (Cortés) é o nome do Espanhol que conquistou grande parte do México para os Espanhóis.
* Quando os produtores tentaram adquirir os direitos de uma música de Frank Zappa para o filme, foi-lhes dito pela família de Zappa que existem três músicas que Frank Zappa fazia questão de que nunca fossem reproduzidas em qualquer outra plataforma a não ser o albúm original. No entanto quando a viúva de Zappa viu o filme, na fase de pós produção, decidiu abrir uma excepção. Segundo ela Zappa ficaria de certo orgulhoso pelo filme.
* A cena final foi a primeira a ser filmada.


A minha votação para esta obra-prima é: 8.9/10... uma autêntica viagem no sofá!!!

30 junho 2006

Le Fabuleux destin d'Amélie Poulain by Jean-Pierre Jeunet (2001)


Ao rodar para baixo aquela rodinha que é comum os ratos terem (e que o meu tem) reparei que o clima estava algo tenso... muitos posts em que os filmes de que vos falo carregam alta tensão, finais duros e argumentos pesados... mas eis que chegou a hora de vos oferecer algo mais doce, mais suave mas mantendo o nível de intransigência deste blog, ou seja, um filme inesquecível!!!

É isso mesmo que "Le Fabuleux destin d'Amélie Poulain" é, pelo menos é assim que eu o recordo, como algo inesquecível e tremendamente doce.

Jean-Pierre Jeunet (Delicatessen, Un Long Dimanche de Fiançailles, Alien 4) é um realizador Francês nascido em Roanne, capaz de nos trazer obras deliciosas, de humor carregado de sarcasmo e sem nunca perder o fio condutor que um bom filme deve ter. Para aqueles que carregam consigo o preconceito do Cinema Francês aconselho-vos a darem o benefício da dúvida a este filme.

Audrey Tautou (L'auberge Espagnole, Les Poupeés Russes, Un Long Dimanche de Fiançailles, À la folie... pas du tout, The Da Vinci Code) é Amélie Poulain, uma jovem francesa inocente e ingénua, que vive em Paris e trabalha num café local. Certo dia decide espalhar a felicidade por todos os que com ela se cruzam numa autêntica viagem de inciativa. Entretanto Amélie descobre o Amor e leva-nos numa aventura misteriosa ao encontro do seu amado... será que este Amor resultará?

Este é decididamente um dos filmes da minha vida, são deliciosos os diálogos que Jeunet preparou para nos entreter e se este filme pode ter vários objectivos, um deles é certamente o entretenimento puro!

Trivia: * Sempre que filmavam no exterior, Jeunet e a sua equipa limpavam a zona para que ficasse livre de grafitis, cartazes e lixo, para que o ambiente se adequasse à fantasia que Jeunet idealizara. Esta tarefa foi particularmente difícil quando chegou a hora de filmar na Estação de Comboio.

* Yann Tiersen (compositor da banda sonora) não foi a primeira escolha de Jeunet, de facto Jeunet ouviu-o pela primeira vez quando se dirigia para o local das filmagens.

* As cores principais do filme (verde, azul e vermelho) são inspiradas em pinturas de um artista Brasileiro de nome Juarez Machado.

* Jeunet começou a juntar as peças (estórias e memórias) para este filme em 1974.

O ambiente que Jeunet criou é verdadeiramente genial, a interpretação de Audrey Tautou é também muito boa e o argumento mantém níveis de adrenalina que nos mantêm sempre muito "dentro" do filme... por tudo isto: 8.6/10
ps: a falta de "linK" para o Código Da Vinci é propositada... adivinhem porquê ;) !!!

29 junho 2006

Unbreakable by M. Night Shyamalan (2000)


Mais uma fita do grande Shyamalan a marcar presença na minha mente e consequentemente neste blog. Shyamalan quando faz, faz bem e esta é mais uma prova disso mesmo.

Nesta obra de Shyamalan os extremos tocam-se... de um lado David Dunn (Bruce Willis) do outro Elijah Price (Samuel L. Jackson), mas há mais por detrás destas duas personagens. David é o único sobrevivente de um acidente de comboio que vitíma 131 pessoas, no entanto David nem um arranhão tem. Elijah é um coleccionador de "BD" que desde os seus primeiros dias neste mundo sofre de uma insuficiência óssea que o atira por várias vezes para o Hospital.

Mais uma vez Shyamalan oferece-nos algo diferente, algo de que certamente não estaríamos à espera. Mais um filme com carimbo W&D, que nos deixa completamente deliciados com a espectacularidade do argumento pensado por Shyamalan. Faltam-me adjectivos para classificar esta obra de Shya... correndo o risco de me tornar repetitivo e de eu próprio criar um cliché neste blog: este filme ficou-me na memória durante semanas. Se isso alguma vez vos acontecer saibam que estão perante um grande filme.

Como não podia deixar de ser, as sensações estranhas a subir-nos pelo peito acima estão presentes neste thriller cheio de suspense, os twists aparecem na altura certa e na medida certa e quando damos por nós vêmo-nos no meio de um filme que parece ter saído das páginas de um qualquer livro da Marvel. É no fim que Shyamalan nos revela o porquê de todos aqueles acontecimentos. Lógica é coisa que este realizador não negligência.

Trivia: * O filme é rodado em Philadelphia. Numa das paredes da "workshop" de Elijah está um poster aludindo a: "Killer Virus Released at Airport". Bruce Willis foi um dos protagonistas de "Twelve Monkeys" (1995), onde um virús mortal é libertado no aeroporto de Filadélfia.

* O "logo" da estação de notícias que noticía o acidente de comboio é o mesmo que é usado pela Marvel para: "O Quarteto Fantástico".

* Elijah pergunta a David o porquê de ele ter escolhido como profissão a protecção de outras pessoas em vez de, por exemplo, abrir uma cadeia de restaurantes. Bruce Willis é na realidade um dos fundadores da cadeia de restaurantes multinacional "Planet Hollywood".

* Osteogenesis Imperfecta (doença de que padece o personagem de Samuel L. Jackson) é uma doença rara mas real.

* O personagem de Bruce Willis chama-se David Dunn. É muito comum que os verdadeiros nomes de super-heróis sejam aliterativos, como por exemplo: Peter Parker, Bruce Banner, Matt Murdock e Clark Kent.

* A bengala de vidro que Elijah usa no filme foi uma ideia de Samuel L- Jackson.

Como amante que sou dos argumentos reveladores, pela coerência da história e pela mente inventiva de Shyamalan dou: 8.9/10

27 junho 2006

The Beach by Danny Boyle (2000)




Mais uma "fitaça" a merecer destaque aqui no blog (pelo menos para mim... mas também como quem manda aqui sou eu...).

Filme realizado por Danny Boyle, Inglês de Manchester que já antes nos tinha trazido outras coisas boas como "Trainspotting" ou "Shallow Grave" e que depois de The Beach nos trouxe também 28 Days Latter (fita presente no Fantas) e também Millions, filme que comprova a excelência das suas obras e também alguma versatilidade deste realizador, tais as diferenças existentes em todos estes filmes.

Em The Beach somos presenteados com uma grande interpretação de Leonardo DiCaprio, odiado por uns e adorado por outros (eu pertenço ao segundo grupo, para mim DiCaprio é um dos grandes actores da actualidade, como aliás o comprovou noutras ocasiões) e com uma história que tem mistério, nervos e até amor e traição, tudo bem misturado e envolvido por um cenário de cortar a respiração. Outra presença neste filme, a de Robert Carlyle, actor que marca presença também em Trainspotting e The 51st State (aqui ao lado do grande Samuel L. Jackson).

DiCaprio é Richard, um jovem como muitos outros, que adora jogos de computador e filmes de guerra passados no Vietnam. Enquanto passa férias em Bangkok, Richard conhece um vizinho do quarto ao lado, estranhíssimo mas que o deixa curioso com o que lhe acabou de dizer. Richard decide interpelar o vizinho mas não há qualquer resposta... tinha-se suicidado e deixado um mapa... o que esconde esse mapa e o que Richard fará com ele, descobrimos a seguir!!!

Trivia: * Ewan McGregor foi a primeira escolha de Boyle para o papel de Richard, no entanto o Estúdio escolheu DiCaprio mesmo antes que Boyle pudesse intervir, impossibilitando-o de contratar o seu actor talismã. Desde então Ewan nunca mais falou com Boyle!!!

* Duas das praias em que o filme foi rodado foram atingidas em 2004 pelo Tsunami que ocorreu na costa Tailandesa.

* Durante as filmagens um dos barcos em que seguia a equipa sofreu um acidente, colocando em perigo a vida dos ocupantes, incluindo DiCaprio e Danny Boyle.


Por tudo e mais qualquer coisa este filme é um dos filmes que mais me marcou, simplesmente brilhante, maravilhoso, com uma banda sonora genial (Moby) e de uma beleza visual de cortar a respiração... como tal 8.8/10


Deliciem-se com a Melodia de Moby enquanto espreitam o trailer...

Dogville by Lars von Trier (2003)


Uiiii... que fita!!! Obra-prima de Lars von Trier Dinamarquês nascido em Copenhaga... este é mais um filme que não me saiu da cabeça durante semanas e que também tem carimbo W&D (Written and Directed).

Não sabia ao que ia, conhecia o realizador e a actriz, pouco mais. Outra grande interpretação da melhor actriz do mundo (Nicole Kidman), que neste filme põe em prática todo o seu poder de interpretação, num papel que não imagino mais ninguém a fazer. Diz-se que este filme faz parte de uma trilogia de Lars von Trier, sendo que o segundo filme (Manderlay) nem sequer ainda estreou entre nós, ou se estreou passou tão despercebido como alguns programas que passam na "2"! No entanto também já faz parte da minha DIVX collection.

Nicole Kidman é Grace, mulher fugitiva de um grupo de Gangsters que de repente se encontra em Dogville... Grace fica à guarda dos habitantes da vila oferecendo em troca trabalho comunitário, no entanto os habitantes chegam à conclusão que "só" esse trabalho comunitário é pouco e querem mais da pobre Grace... talvez se venham a arrepender para sempre.

Dogville é daqueles filmes que mal começamos a ver sentimos logo que vamos assistir a algo diferente... que cabeça a deste von Trier. Grande interpretação de Nicole Kidman, como já aqui foi referido, mas também de Paul Bettany (podemos encontrá-lo em A Beautiful Mind, The Da Vinci Code ou Master and Commander), grande actor nascido em Londres e que está em franca ascenção.

Trivia: * O primeiro filme da terceira trilogia de von Trier, intitulada: EUA, uma terra de oportunidades, os outros dois são Manderlay (2005) e Wasington (2007).
* Nikole Kidman ficou triste por ter privado pouco com o resto da equipa, a não ser para ensaios, no entanto ela convidou toda a equipa para uma sessão de Champagne e Caviar e contratou cozinheiros Mexicanos para cozinharem para eles.
* Paul Bettany não queria participar no filme devido ao facto das filmagens serem na Suécia, no entanto o seu amigo Stellan Skarsgârd ( Dogville, Breaking the Waves, Dancer in the Dark) disse-lhe que trabalhar com von Trier era tão divertido que ele iria de certo perder uma oportunidade tremenda de trabalhar e passar um bom tempo. Após ter filmado metade do filme Bettany perguntou a Skarsgârd quando iria começar o divertimento, ao que Skarsgârd respondeu: "eu menti-te, só queria que tu visses como trabalhar com ele é fabuloso, se não fosse assim tu não terias aceite o convite e de certo perderias uma oportunidade de uma vida".

Pelo argumento muito bem elaborado e que retrata de certa forma a sociedade em que vivemos. pela grande interpretação de Kidman, pela forma como von Trier filma. pelas semanas que ficou no meu pensamento, mas certamente não pela fotografia... 8.8/10

Amores Perros (Amor Cão) by Alejandro González Iñárritu (2000)



Obra a cargo de Alejandro González Iñárritu, mexicano que posteriormente realizou "21 grams", no entanto para mim "Amores Perros" é bastante superior... que grande filme, de diálogos intensos e confrontos humanos duros e puros.

Três histórias passadas no méxico envolvendo personagens de diferentes estratos sociais cujas vidas são abruptamente ligadas por um trágico acidente de viação... Iñárritu filma de forma nua quase parecendo que estamos perante imagens de um qualquer noticiário sem censura. Este filme foi-me recomendado por um colega que percebeu que esta era uma obra imperdível para qualquer amante da 7ª arte. Conta com uma grande interpretação de Gael García Bernal, mexicano com talento para dar e vender (podemos vê-lo em The Motorcycle Diaries interpretando Che Guevara, ou em La Mala Educación de Almodóvar ou ainda em Y tu mamá también, outro filme que marcará decerto presença neste blog)... Bernal é decerto uma das maiores estrelas do Cinema actual e poderemos vê-lo brevemente no novo de Iñárritu ao lado do grande Brad Pitt.

É certamente uma fita a não perder... remember: Amores Perros!!!

Trivia: * Ao contrário de muitos outros filmes, o aviso de que nenhum animal foi ferido durante as filmagens aparece no início, em vez de aparecer escondido nos créditos finais.
* Alejandro Gonzáles Iñarritu, o realizador, aparece no segundo episódio, ele trabalha como publicitário no escritório do personagem principal, Iñarritu é na realidade um publicitário, tantos são os sketches publicitários que já realizou.
* O homem que faz de condutor de autocarro na cena em que Octavio (Bernal) decide não entrar no autocarro, é na verdade o seu pai.
* Quando El Chivo (um dos personagens) folheia um jornal, um poster de Tesis, um filme de Alejandro Aménabar, aparece numa das páginas.

Tendo em conta que este foi um filme que me abriu as portas para uma nova forma de contar histórias e de as mostrar dou... 8.8/10

26 junho 2006

Irréversible by Gaspar Noé (2002)

Que filme... "brutal"... daqueles filmes que jamais esqueceremos, grande obra de Gaspar Noé, argentino nascido em Buenos Aires. Interpretação a cargo do casal: Monica Belluci e Vincent Cassel.

Filme duro, de argumento bastante pesado, quando o vi fiquei com aquela sensação de raiva misturada com tristeza e impotência, impotência perante acontecimentos factuais que de certo, enquanto eu via o filme, aconteciam algures no mundo situações idênticas.

Aluguei este filme num dia de férias à noite, numa noite quente de Agosto de 2003... nunca tinha ouvido falar do filme, mas a capa despertou-me a atenção, tudo escrito ao contrário, sinopse, ficha técnica, tudo!!! Alguns símbolos de festivais em que foi premiado ou mencionado... pensei: "é mesmo este.." e assim foi, assim que começou senti que estava perante algo que nunca tinha visto, Gaspar Noé foi pioneiro numa forma diferente de filmar que chega até a criar-nos uma sensação de desconforto permanente nos primeiros minutos do filme. Entretanto a história começa a desenlorar-se e aí sim tive a certeza que estava perante algo muito sério, puro trabalho de Autor... tudo o que ali estava parecia-me saído da cabeça de alguém que não teve quaisquer limitações à sua imaginação e criatividade.

A história passa-se numa noite traumática de Paris, sendo que os acontecimentos nos são apresentados em sentido cronologicamente inverso!!! Dois homens em perfeito estado de ira procuram a todo o custo o(s) responsável(eis) por algo que nem me atrevo a divulgar (tirava alguma essência ao filme).

Trivia: * A maior parte do argumento do filme não estava escrita, pelo que os diálogos fluíram de improviso.
* Este filme foi o filme em que mais pessoas saíram da sala durante a sua projecção, no ano de 2002.
* Os primeiros trinta minutos do filme têm um som de fundo de 28hz (baixa frequência, quase inaudível) similar ao ruído provocado por um terramoto. Nos humanos este ruído causa náuseas, enjoos e até vertigens, esta foi a primeira causa do abondono prematuro de algumas pessoas, mas não só...

Quando acabei de ver este filme fiquei durante alguns minutos pregado à cadeira, aliás sofá... ali sentado sem reacção, sem saber o que pensar ou o que fazer... como se pudesse fazer algo para mudar o curso da história ou mesmo do mundo!

Por tudo isto: 8.7/10... o melhor do género!!!

A Tale of Two Sisters by Ji-woon Kim (2003)


O próximo a merecer destaque é um filme que ganhou uma das Edições (2004) do Fantasporto... curioso o facto de ao editar este post ter reparado que este filme tem estreia marcada para o dia 28 de Junho no Colombo!!! Custa muito às distribuidoras apostar em cinema menos convencional, vindo de outras paragens, como é o caso de "A tale of two sisters". Daí só agora chegar ao circuito comercial.

Aqui o medo é constante, numa grande obra de Ji-woon Kim, mais um realizador Sul-Coreano a merecer nota de destaque neste blog! Ambiente gótico, brilhantemente filmado, argumento duro, daqueles que nos prende à cadeira, alta tensão neste thriller, alta tensão e alta atenção... este é um daqueles filmes em que nada pode acontecer enquanto o vemos, tal é a intensidade da história. Conta com um dos melhores twists ( as tais sensações quentes a subir pelo peito) de que tenho memória!

Duas irmãs regressam a casa após um tratamento numa clínica psiquiátrica, mas vão ter de lidar com a terrível madrasta (grande actriz esta chinoca, Jung-ah Yum) e o fantasma da Mãe deambulando pela casa!!! Fita multi-premiada, se bem que prémios e nomeações não serão regularmente aqui divulgados, não é esse o conceito do blog.

Este é dos poucos filmes que pretendo ver uma segunda vez, aliás este é dos poucos filmes que são feitos para se verem duas vezes, este filme é uma autêntica prova à nossa imaginação e raciocínio, devo referir que foi o único filme que me fez visitar foruns de discussão de cinema (imdb)... tenho uma boa oportunidade de o rever em tamanho gigante já a partir do dia 28, é sempre uma sensação diferente! Faz parte da minha DIVX collection.

Por toda a intensidade, pela onda de terror, pelas interpretações e pela argumento: 8.5/10

25 junho 2006

Pulp Fiction by Quentin Tarantino (1994)


Chegou a hora de mudar a tendência deste blog... abordando um filme que é rico pela história, pelos personagens, pelos diálogos, pela linha de montagem do filme, por tudo!!!

Quando se fala de Quentin Tarantino fala-se de Pulp Fiction, Quentin é simplesmente genial, um dos últimos génios do cinema de entretenimento (para mim todos os grandes filmes são entretenimento, até os mais negros e tristes). Os seus filmes são autênticas "corridas narrativas" em que tudo acontece a 100 à hora, Pulp Fiction não foge à regra.

Esta foi a sua segunda longa-metragem, sucedendo a "Reservoir Dogs", outra grande obra que tem lugar nas prateleiras da minha Videoteca. Em "Pulp Fiction" Tarantino conta-nos a história, aliás as histórias (4), de dois Assassinos (Samuel L. Jackson e John Travolta), de um pugilista corrupto (Bruce Willis), da Mulher de um Gangster (Uma Thurman) e de um casal de Assaltantes (Tim Roth e Amanda Plummer), Tarantino não se limita a contar-nos e mostrar-nos o que vai na sua cabeça quando escreve um Filme, Tarantino quando o faz fá-lo com estilo, com um estilo chamado "à lá Tarantino"!!!

Trivia: * Tarantino hesitou ao escolher qual a personagem que ira interpretar no filme, ou Lance ou Jimmie. Tarantino optou por ser Jimmie porque queria estar atrás da câmara na cena da overdose de Mia.

* A cena em que Vincent (Travolta) espeta a seringa em Mia (Uma Thurman) foi efectivamente filmada ao contrário, Vincent tira a seringa do peito de Mia, depois foi só por a fita a rodar para trás.

* Uma Thurman começou por recusar o papel de Mia Wallace, no entanto Tarantino estava tão desesperado em tê-la para aquele papel que acabou por convencê-la lendo-lhe o guião ao telefone.

* A palavra "fuck" é usada 271 vezes ao longo do filme.

* As cenas em que Mia apanha a overdose e a sua re-animação são transcritas palavra a palavra de um documentário dirigido por Martin Scorsese.

* Tarantino escreveu este filme em Amsterdão, num quarto de hotel e numa "Coffee Shop" chamada Betty Boop. Ficou por lá durante sete meses e deixou o seu video-clube com uma dívida tremenda.

Enjoy... 9/10

Oldboy by Chan Wook Park (2003)

Hummmm... escrever este post está difícil... falar sobre este filme não é nada fácil, pelo menos para mim. Bom mas cá vai... este filme tem o melhor argumento a que eu alguma vez assisti! Chega?! Dizer apenas isto desta obra-prima de Chan Wook Park (realizador Sul Coreano), era demasiado redutor, até porque quem visse o filme depois de ler este post pensava, "aquele tryni não pesca nada disto, então fala sobre um filme destes e só diz que tem o melhor argumento que já viu?!"

Oh Dae-Su é capturado e mantido em cativeiro durante 15 anos, certo dia é posto em liberdade, com uma mala cheia de dinheiro, um telemóvel e roupas caras! Oh Dae-Su tem agora cinco dias para encontrar e vingar-se do(s) seu(s) raptor(es)... será bem sucedido?

Este filme faz parte de uma trilogia temática sobre a vingança realizada por Chan Wook Park, os outros dois são "Sympathy for Mr Vengeance" e "Sympathy for Lady Vengeance" ambos títulos internacionais.

Trivia: * Quatro polvos vivos foram comidos durante a cena no bar de Sushi, Chan Wook Park, o realizador, aquando da entrega de prémios no Festival de Cannes, agradeceu a toda a equipa e também aos polvos.

* Min-sik Choi treinou durante 6 semanas e perdeu mais de 15 quilos para o papel de Oh Dae Su.

* A cena passada no corredor foi filmada num só Take, sem que qualquer efeito digital fosse utilizado.

* As cenas passadas na esquadra foram as últimas a serem filmadas, estas cenas são na sua maioria improvisos de Min-sik Choi, incluinda as cenas em que ele brinca com as asas que levava para oferecer à sua filha.

Quando vi este filme fiquei estupefacto... em silêncio por alguns minutos (o que não é nada fácil, eu em silêncio ;) )... portanto aqui fica mais uma sugestão minha... para os que ainda não viram, espero que gostem!!!

8.5/10

24 junho 2006

The Others (Os Outros) by Alejandro Aménabar (2001)








Aqui está outra obra-prima do Cinema actual... este filme é demais... mais um que tem um argumento pensado, escrito e realizado pela mesma cabeça, à imagem do post anterior! Essa é para mim uma das coisas mais importantes, a isso chama-se Cinema de Autor e isso para mim conta muito.

Este filme é filmado numa mansão em Santander e é dirigido por um Senhor chamado Alejandro Aménabar!!! O autor de Abre los Ojos e Mar Adentro, filmes que também merecerão a devida atenção neste blog.

"The Others" conta-nos a história duma Mulher (Grace Stewart, irrepreensivelmente interpretada por Nicole Kidman) que vive numa mansão enorme com os seus dois filhos, Anne e Nicholas, ambos com uma doença estranha, são fotosenssíveis, debaixo de rígidas regras. De referir que para o papel destas crianças foram realizados centenas de castings. Grace aguarda impacientemente pela chegada do Marido Charles que combate na segunda guerra mundial, mas Grace necessita de contratar um grupo de servidores para a ajudar nas lides da casa e tomar conta das crianças... e é aí que começam as primeiras revelações!!!

Trivia: * O realizador, Alejandro Aménabar aparece numa das fotografias de pessoas mortas, é o do bigode.

* Este foi o primeiro filme de sempre a receber um Goya (Prémios do Cinema Espanhol) sem ter uma única palavra falada em Espanhol.

Este filme tem um efeito tremendo, de ambiente escuro, atingindo momentos de perfeito clímax aterrorizador... no entanto, a cena que mais mexeu comigo é passada à luz do dia, numa das raras vezes em que uma das assoalhadas da casa tem as cortinas abertas!!!

Para mim este filme é o Rei do sugestivo... não vemos quase nada mas sentimos muito, muito mesmo!!!

Aqui fica a minha votação para esta pérola: 8.5/10

The Sixth Sense (6º sentido) by M. Night Shyamalan (1999)


Bom, para começar vou falar de um filme que me marcou... e muito!!! Marcou-me pelo argumento meticulosamente articulado e encaixado, e pelos "twists" na altura certa, daqueles que nos fazem sentir aquela sensação quente a subir pelo peito acima... sem nunca perder uma grama de coerência! Este filme marcou-me também porque sou um amante da temática em causa.

Abriu-me as portas para um dos melhores Realizadores da actualidade, daqueles capazes de nos trazer algo novo, algo de que não estamos à espera... falo de M. Night Shyamalan. Em Setembro estreia "Lady in the water" e eu espero vê-lo na primeira sessão... tal como aconteceu com "The Village".

Cole Sear é um rapaz que comunica com espíritos que não sabem que estão mortos e que procura ajuda em Malcolm Crowe, um psicólogo de crianças que não está numa fase muito boa da sua vida profissional e conjugal!

Trivia: *Bruce Willis é na realidade esquerdino, no entanto para a rodagem deste filme teve de treinar a escrita com a mão direita, para que não se notasse que já não usava a sua aliança de casamento!!!
*M. Night Shyamalan, o realizador, tem uma aparição no filme, é o médico que examina Cole Sear!!!
*Três razões contribuíram para que Haley Joel Osment fosse escolhido para o papel de Cole Sear: ele era o melhor para o papel, ele era o único a usar gravata nas audiências e por último, quando Shyamalan perguntou a Haley se ele tinha lido a sua parte do guião, Haley disse: "... li-o três vezes...", ao que Shyamalan respondeu admirado "... leste a tua parte três vezes?!" e Haley respondeu: "não, li o guião inteiro três vezes"!!!
*
A frase marcante deste filme: "I see dead people..." foi votada como a 44ª frase mais marcante de todo o Cinema, pelo American Film Institute.

Este é o meu filme favorito e naturalmente um dos meus filmes de eleição... mas há mais, muiiiitooos mais!!!
Aqui fica a minha votação para este filme: 9.5/10 elucidativo!!!